Campeão da vida 215c44

"Não se pode desistir de seus objetivos e sonhos. Você pode ter uma deficiência, mas você pode superá-lo dia a dia"

Mesmo antes de vir ao mundo, Pedro sofreu com a falta de atenção de sua mãe. O abuso de álcool durante a gravidez foi a principal causa da paralisia cerebral que afetou suas funções motoras e empurrou o menino a andar na ponta dos pés ao longo de seus primeiros anos. Mas foi só depois da morte do pai e a consequente transferência dele e de seus quatro irmãos para Aldeias Infantis SOS de Poá, que Pedro receberia seu primeiro atendimento médico. Acolhido em uma nova casa, Pedro tinha todos os cuidados necessários para o bem-estar de uma criança. Além disso, ele também ganhou uma aliada dedicada na luta para superar sua condição. Naquela época, Maria Emília tinha acabado de começar a trabalhar como mãe social na Aldeias Infantis SOS de Poá. E assim, quando a necessidade de cirurgia foi confirmada, ela se ofereceu para ajudar o menino e foi muito proativa insistindo aos médicos para tentarem acelerar o processo para obter o procedimento no sistema público de saúde, que, devido à demanda no Brasil, poderia pegar vários anos de espera. Durante a cirurgia, Maria Emília ficou ao lado de Pedro no hospital o tempo todo. Ela ficou muito emocionada ao recordar do momento logo após a cirurgia: "Quando entrei pela primeira vez no quarto, quebrou meu coração ao vê-lo com ambas as pernas rebocadas, a partir dos quadris com as pontas dos dedos". Durante 30 dias, o menino ficaria imobilizado e totalmente dependente da ajuda dos outros. Naquele mês, Emília não tinha tempo para descansar e se dedicou exclusivamente para cuidar de Pedro. Suas três irmãs mais velhas e até mesmo o irmão mais novo, fizeram o possível para ajudar. No entanto, a cooperação mais valiosa veio do jovem paciente que nunca chorou ou reclamou de dor ou desconforto. Emília acha que a persistência dele foi crucial para a sua plena recuperação: "Pedro nunca reclamou de nada. Ele é um jovem muito corajoso e persistente e sempre manteve a confiança em si mesmo. Exigiu muito de mim e dele, porque qualquer descuido, qualquer o em falso poderia destruir tudo. Então, eu esperava muito dele e ele respondeu muito bem”. Pedro, por sua vez, reconhece que o apoio e o compromisso da Emília foram essenciais para a sua melhora. Além disso, ele confessa que o que o motivou a recuperar sua saúde era a vontade de provar-se digno da ajuda de sua mãe social: "Eu queria mostrar a ela e a todos que eu poderia ter sucesso na vida".   4d1r5p

Faça parte da mudança 594n4b

Transformações como esta só se tornam realidade graças ao apoio de nossos doadores, que garantem mais proteção e oportunidades a milhares de crianças, adolescentes e jovens.
Apoie a construção de um futuro melhor a milhares delas​
 

Esporte como uma estratégia para superar as dificuldades 5c3w21


É preciso um olhar muito aguçado para notar alguma diferença entre Pedro e seus companheiros no campo. Com a posse de bola, o garoto dribla, corre, defende, ataca e faz ... GOOOOL!

Como muitos garotos de sua idade, ele sonha em se tornar um jogador de futebol famoso, ainda mais com a realização da Copa do Mundo no Brasil. Mas futebol para Pedro não é apenas uma diversão ou uma perspectiva para o futuro, é um parceiro no caminho de sua melhora completa. Desde a operação, ele frequenta sessões de prática de fisioterapia que irá acompanhá-lo para o resto de sua vida. Handebol, vôlei, basquete e especialmente o futebol, são ferramentas para fortalecer os músculos e estimular a reabilitação.

"O esporte me faz sentir bem. Fico menos estressado quando eu vou para o ginásio. Sinto-me livre. Eu faço o que posso. E eu tento fazer melhor a cada dia. Quero ganhar. Mas não o jogo. Quero ser um campeão na vida.", afirma.

Fã do Real Madrid e Corinthians, Pedro diz que está impressionado com o desempenho do jogador português Cristiano Ronaldo. Mas quando ele pensa em um modelo, que não é no futebol, mas que encontra uma referência: "Eu iro Emília, porque ela me ajudou quando eu era mais jovem, ela cuida de mim, me dá conselhos. Ela estava sempre lá para mim. Ela é como uma mãe para mim. O que a minha mãe não podia fazer por mim, Emília fez".

Apesar da pouca idade, o menino de 16 anos, se considera um campeão e, à luz de suas conquistas, Pedro não hesita em dizer: "Não se pode desistir de seus objetivos e sonhos. Você pode ter uma deficiência, mas você pode superá-lo dia a dia. Então você só precisa levar sua vida da melhor maneira, mostrando a todos que você pode fazer melhor. É essencial que você mostrar para si mesmo que você é capaz. Eu provei a mim mesmo. Hoje, me sinto melhor", conclui.