maio 12 2025
Jovem egressa do acolhimento leva a voz da juventude à sede da ONU 15e6a
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Evento internacional reuniu representantes da juventude ibero-americana para debater políticas públicas e o direito à inclusão após o acolhimento
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“Nós, jovens levantamos nossa voz neste espaço global para pedir algo essencial: igualdade de oportunidades para construir nossas vidas com dignidade, autonomia e acompanhamento”.
Foi com essa fala que Vitória Albino, jovem egressa do acolhimento da Aldeias Infantis SOS em Limeira (SP), abriu sua participação no evento internacional promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), reunindo jovens líderes de toda a Ibero-América. O encontro, realizado na cidade de Nova Iorque em abril deste ano, teve como objetivo discutir caminhos concretos para garantir autonomia, dignidade e apoio a jovens que deixam os serviços de acolhimento.
Em seu discurso, Vitória destacou a importância do acompanhamento no processo de transição e fez reivindicações importantes para a juventude egressa em todo o mundo, como a preparação e o acompanhamento dos jovens em acolhimento na transição para a vida adulta, garantia da autonomia financeira, ampliação do o ao ensino superior e ao mundo do trabalho, e o o a políticas de saúde física e mental.
Vitória foi acompanhada no evento pela Gerente de Desenvolvimento Programático da Aldeias Infantis SOS no Brasil, Michéle Mansor, que reforçou a invisibilidade sofrida pelos jovens que deixam o acolhimento:
“Falamos em juventudes, mas não lembramos que nessa ‘juventudes’ existem jovens que viveram uma situação específica e que, ao saírem do serviço, de uma certa forma não entram nesse ‘S’. Eles saem do sistema como um todo.”
Para Michéle, ouvir Vitória falar em português, em um espaço predominantemente estaduniense, foi um momento simbólico de resistência e afirmação de direitos:
“Ter uma jovem que, em português, falou do desafio de ser uma jovem latino-americana, negra, que viveu 10 anos no serviço de acolhimento e dizer ‘eu tenho direitos’, trouxe para nós, adultos, a concretização desse direito.”
A jovem encerrou sua fala com um chamado claro à ação:
“Sair do sistema não deve ser um salto no vazio, mas uma ponte para a inclusão. Com sua vontade e apoio, podemos transformar a vulnerabilidade em oportunidades. Nossa voz merece ser ouvida!”
A Aldeias Infantis SOS Brasil celebra a representatividade e a potência dessa participação internacional, que ecoa as vozes de milhares de jovens no Brasil e no mundo. Seguimos juntos por políticas públicas que reconheçam, respeitem e apoiem os jovens em todas as fases da vida, para que se tornem sua melhor versão.
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